domingo, 27 de dezembro de 2009

Sobre as historias repetidas: Exposição dos fatos...

Eu disse no post abaixo, que tenho lido historias repetitivas. Apesar disso elas me seduzem: seja pela semelhança com minhas angustias, seja pelo desejo de me desprender de algumas amarras.... Minha vida é engraçada. Atraio tanta roubada pro meu lado que nem te conto! E o meu coração é um traidor. Não me deixa perdoar e não me deixa ficar longe... E nas raras vezes que consigo a distancia suficiente para esquecer, sou supreendida por aquela presença que inebria e aí todo o esforço vai pro saco. Mesmo depois de tanto tempo e da ferida quase curada, a pergunta grita aqui dentro: "por que?". É uma droga que não me deixa seguir em frente e isso começa a me preocupar. Tenho medo de ficar fissurada nisso. De não esquecer (de não esquecê-lo), de não me recuperar e ficar presa nesse tempo que acabou comigo, me rasgou inteira...
E é por isso que eu desejo ardentemente que 2009 acabe logo. Pra eu poder virar esta página, como fiz tantas outras vezes e pronto. Me refazer, dar outro rumo a minha historia... E esquecer que quando aquela mão toca meu corpo o mundo pára e minha respiração também. Esquecer que por um momento, por mais infimo que seja, estive em seus braços - mesmo que tenha sido só uma guerra de cócegas. Esquecer que por você eu fui traida, humilhada e adoeci. Esquecer o calor que corre pela minha espinha e o frio no meu estomago que sinto quando pousa seus olhos sobre os meus. Esquecer que, perto de você, cada poro da minha pele emana o desejo de te ter comigo e em mim. Esquecer por fim, que você é um homem e eu uma mulher; e entenderei que Deus nos fez amigos e não macho e fêmea que se encontram e... E aí meu caro, depois de três longos anos da minha vida, você deixará de ser o personagem principal das minhas historias. E eu deixarei de escrever aqui, o que nunca serei capaz (será?) de lhe dizer cara a cara, pode me chamar de covarde, eu não ligo... perto de você eu sou mesmo, e daí?
Estes são so fatos. Isso é tudo o que eu quis jogar no ventilador nos últimos seis meses e não consegui, porque era me expor demais, me rebaixar, rastejar... Mas agora, esses melindres ficaram para trás. Sou livre para dizer o que bem entendo, visto que tenho que aguentar ouvir e ver o que os outros me jogam na cara todos os dias.
E estes fatos não são o clamor de "fica comigo" ou um atestado de perdão. São apenas fatos. Que me instigam a deixar aqui, para finalizar, uma frase de Fernando Pessoa:

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos".


Js

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