quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Poesia de todos os dias...

Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhastes.
E era como se a água
Desejasse

Escapar de sua casa que é o rio
E deslisando apenas, nem tocar a margem.

Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra. Hà tanto tempo
Espero
Que o teu corpo de água mais freterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez.
E mais atento


Dez Chamamentos Ao Amigo - I
Hilda Hilst

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